Zero Seven – Sensibilidade e Potência
Abaixo um artigo escrito pelo desportista Fernando Arruda sobre a cana Zero Seven, da empresa italiana Colmic.
Enjoy.
Resolvi realizar uma série de testes com a Zero Seven da Colmic, pois como alguns já sabem, tive um acidente com uma delas no meado do ano. Após conversar com pescadores mais experientes e com os importadores do material, me convenci a reutilizá-la, todavia submetendo-a a uma série de testes para saber se realmente se trata de um material de excelência.
Friso que os pontos que passarei a expor são única e exclusivamente oriundos de MINHA observação após uma série de “desafios” a que submeti o material.
O Material: trata-se de uma cana de carbono de alto módulo com fibras reforçadas cruzadas (atualmente, é o que há de mais moderno em tecnologia voltada à pesca), de três partes que após montada atinge 4,25m. Reel seat (pegador) é Fuji (na minha opinião, a melhor do segmento), bem como as passadeiras (guias de linha) low rider que vem em número de 6 mais a ponteira. Observa-se que o material das passadeiras é “titanium”, o que faz com que a corrosão do material seja praticamente inexistente. No cabo. Existe um “rosqueador” que dá a opção de contrapeso (na minha opinião, essencial para a melhor estabilização pós-lançamento). O casting do equipamento anunciado pelo fabricante é de 100 a 250g. A arte no material (pintura, empates, etc...) é de um verdadeira obra de arte, fazendo que o equipamento tenha um visual verdadeiramente imponente. O peso do equipamento é de 530g. Vem embalado em uma capa de couro (ou material similar) preta, com suas especificações escritas na cor dourada ZERO 07 SEVEN.
Teste 1 – Pesca: o primeiro teste realizado foi o da pesca em condições normais. O local escolhido foi a localidade conhecida como “Piteiras” em Jaconé (Distrito de Saquarema). O local é conhecido pelos amantes do surf, pois em condições ideais é área de treinamento para o surf de ondas gigantes. Em várias ocasiões já apareceu em matéria do Esporte Espetacular. Trata-se de um local onde existe uma laje acerca de 250m da praia, onde as ondas costumam estourar. Local altamente piscoso, propicia aos pescadores que conseguem aproximar suas chumbadas da referida laje muitas surpresas. Lá foi realizada uma pescaria rápida, cerca de 2horas, para testar a potência do material e o conforto propiciado por ele. O resultado foi excelente, e por vezes eu sequer conseguia enxergar onde a chumbada caía. Acredito que após 180m com alguma certeza, utilizando sempre dois anzóis (padrão nas competições legalmente autorizadas). Todavia, o “achômetro” não pode servir de parâmetro para distâncias, tampouco “maniveladas de molinete” ou “passos na areia”. Ainda, eu me perguntava: o que um pescador iniciante, com apenas alguma experiência, pode efetivamente conseguir com este material? Por que? Porque os pescadores mais experientes, os competidores e outros mais de pesca de lazer, não podem servir de parâmetro, vez que têm anos, senão décadas de treinamento. Pensei: vou realizar um teste de cancha com um lance bem simples para realmente saber o que um pescador mediano pode esperar do equipamento. Fui para a cancha, fiz e filmei.
Teste 2 – Distância: como disse, a questão da distância é muito importante. E mais: a distância real, medida em cancha de lançamentos. Para tal teste, lancei mão da cancha do Pampo Clube de Pesca em Jaconé. Lá, a distância fica permanentemente marcada com canos a cada 10m. E foi La que realizei o lançamento filmado. Na oportunidade, utilizei, além da cana mencionada, um molinete Daiwa Power Surf QD (presente do amigo André Nichel) munido de linha 0,16mm, arranque 0,44, chicote com dois anzóis (com uma guimba de cigarro para simular a isca) e um beach bomber de 125g. Com um lance simples (o chamado tico-tico) consegui a distância de 164m, sem forçar o equipamento, e com precisão cirúrgica, que nas competições é imprescindível. Em outros lances com técnicas mais apuradas, o equipamento ultrapassou os 180m. Acredito que com algum treino, seja possível a pescar com este equipamento na faixa dos 200m. Como disse, filmei o “tico-tico”, e disponibilizo-o:
http://www.youtube.com/watch?v=bzCggxHxzHY
Teste 3 – Teste de Pesca com condições extremas: tive a oportunidade de pescar com o mar com ondas acima de 2m de com verdadeiro “tornado” como condição de vento. Poucas são as situações em que o pescador iria “encarar” esta situação, todavia existem algumas (principalmente nas competições) em que não é possível correr. E com um fator extra muuuuuuuito complicado. A correnteza aqui em Jaconé é terrível (quem conhece sabe). E para não ter moleza, no dia a correnteza tava “daquele jeito”. Chumbadas acima de 150g foram necessárias, e após os devidos testes, o equipamento respondeu às expectativas. Enfatizo todavia que a pesca com chumbos excessivamente pesados demandam uma técnica bem específica de arremesso. Após a captura de alguns exemplares naquelas condições, dei como encerrados os testes.
Assim, na minha opinião, trata-se de um equipamento de excelência, que pode propiciar a oportunidade à qualquer pescador de colocar sua isca onde nenhum outro equipamento em condições normais pode colocar, seja o pescador iniciante ou não, com apenas um pouco de dedicação e empenho.
Abraços a todos.